Em Monte Santo o acantononamento da tropa: 543 praças, 14 oficiais combatentes e 3 médicos. No comando, Major Febrônio de Brito, do 9o Batalhão de Infantaria. Contavam com dois canhões Kroupp 7,5 pol e duas metralhadoras Nordenfelt.
Organização e desenvolvimento da tropa e da marcha conturbados, em meio a disputas entre o governo estadual e o federal. Receio pelo governador da instauração de intervenção federal. As informações eram contraditórias e não se sabia o que encontrar: para muitos, a força era suficiente para apavorar e vencer os jagunços; outros consideravam de antemão que a força era insuficiente e fadada ao insucesso. Esperava-se a resolução através de um confronto pontual - nenhuma estrutura para manutenção da capacidade de combate além de alguns poucos dias na caatinga. Nenhuma preocupação em obter-se informações mais pormenorizadas que pudessem possibilitar um diagnóstico mais preciso nem tampouco a estratégia mais adequada.
Quem hoje anda pela caatinga ainda pode topar com alguma antiga cruz de soldado enterrado.
Hoje existe um marco, perto da BR 116, pouco ao norte do trevo para Canudos Velho (vila de Monte Alegre) que demarca a Lagoa de Sangue. Hoje se sabe que o lugar, antiga Lagoa do Cipó, está equivocadamente demarcado.
Mudou o nome da lagoa porque, face a violento combate de 19 de janeiro de 1897 das tropas com conselheiristas, a lagoa mudou de cor, pelo sangue perdido pelos combatentes. O lugar correto da lagoa é onde hoje passa a própria BR 116.
Não foi possível visitar o marco - proprietários do entorno com suas cercas impedem o acesso ao local.
No dia anterior já ocorrera ferrenho combate ao se atravessar a Serra do Cambaio. O inimigo jagunço, precavido, já aguardava atocaiado nas trincheiras, em posição privilegiada para o combate.
Fato é que a força pública se viu obrigada a retirar, cansada, com sede e com fome, tendo sofrido mais de 70 baixas (10 mortos). Não é possível determinar o número de conselheiristas mortos - seguramente, número muito superior. Segundo o relato do Major comandante da força, estimou em 600 os jagunços mortos.
Enfim, caíram, mais uma vez, na boca do lobo. Inocentes como uma boa presa.Chegava ao fim a segunda expedição, sem ter conseguido sequer chegar a por as vistas por sobre Belo Monte, ou Canudos.
Apesar do apelido ganho, de "Major Fujão", Febrônio de Brito pelo menos conseguiu organizar uma retirada em ordem da tropa, coisa que, como veremos, não acoontecerá com a próxima expedição.
Aguardo ordens. Oficiais e praças estaduais corretíssimos. Os bandidos engrossam em Canudos. Creio debelá-los definitivamente. Está na minha honra de soldado.
[telegrama do Major Febrônio ao Chefe da Polícia Baiana - seguro do êxito da diligência...]
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