quinta-feira, 19 de julho de 2012

Prédicas do Conselheiro

Apenas um trecho de um sermão do Antônio Conselheiro, extraído do seu manuscrito encontrado como espólio em Belo Monte:

"Quem desconhecerá que aquele que comete o furto serve de animação para os outros cometê-lo?
Diz São Crisóstomo que os que furtam os bens alheios são piores que as feras e que os demônios, e como tais os deviam riscar do catálogo dos homens.
Porque as feras, quando acometem aos outros animais, estando satisfeitas os deixam. Porém, os que furtam, de nenhum roubo ficam satisfeitos. Porque ficam com fome para fazerem outro. E quanto mais furtam, mais sede têm de furtar.
Furta o negociante que oculta os defeitos da fazenda na vara, no côvado, no peso, na medida. Misturam a bebida com água.
Quando o objeto não tem pouca venda, deixa de vender para aproveitar a ocasião da falta, para exigir mais do que pode vender. Aproveita-se da ignorância do vendedor e do comprador. O juro excessivo que exige daqueles que estão na precisão. Furta o patrão, quando se aproveitando da necessidade do operário, e não lhe paga seu trabalho como deve. Furta o artista quando não trabalha com diligência.


Vejam no link abaixo um documentário sobre os Sermões do Conselheiro, realizado pela TV Senado:

http://www.youtube.com/watch?v=EI1EoUKiZb8&feature=relmfu

Imagino que esse material desmistificará muito do preconceito ao redor da imagem do Conselheiro.

Em que pese ser difícil conceber quem foi o Conselheiro. Os que melhor souberam viveram no seu tempo, e foram sertanejos. Para nós, difícil sequer tangenciar a sua realidade.

Agora ele é um mito. E quando alguém vira um mito, acho que perde um pouco a importância a sua realidade física e circunstancial da sua vida. Mas não custa tentar um pouco.

Quem você acha que foi o Conselheiro?

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