Estava na maternidade observando os enfeites: como podem os pais, com aqueles enfeites de boas-vindas aos nasciturnos, de corintiano, são paulino, já cruelmente iniciar os pequeninos nessas atrocidades sociais que inventamos, para separar as pessoas? Que ele precisa ser isso ou aquilo - que bobagem!
Tenho cada vez mais descrença e até aversão a essas denominações. Corinthiano, católico, brasileiro, maçon, membro do grupo X/Y/Z. Parece que cada um quer se enfiar numa festa legal só para ter o estranho prazer de observar o segurança na porta fiscalizando a entrada, barrando gente e garantindo o acesso só aos "escolhidos".
O mundo foi feito sem porteiras. Porque transformá-lo em uma vastidão cercada por milhões de denominações? Isso não contribui só para limitar a nossa liberdade e segregar semelhantes? Existe hoje ainda escravidão?
Argumentei algo parecido com a Antonela. E olhei para o lado e vi o Miguel com a roupinha da foto. E pensei: olha só, eu criticando aquele que põe roupinha de corinthiano e o Miguel com a de "Futuro Motociclista"... Será que a gente só consegue identificar e criticar nos outros aquilo que existe dentro de nós mesmos?
Mas eu tenho uma palavra em minha defesa, e na defesa do Miguel, caso ele venha a ser um Futuro Motociclista (assim como o Vítor, que usou a mesma peça de roupa na maternidade): o ideal envolto em ser um verdadeiro motociclista é exatamente o da liberdade!
Miguel, seja bem-vindo, ao mundo! Seja o que você quiser ser, preservando a sua natureza indômita!
"Digo ao senhor: e foi nascendo menino. (...) Alto eu disse, no meu despedir: -"Minha Senhora Dona: um menino nasceu - o mundo tornou a começar!..." - e saí para as luas." - jagunço Riobaldo - Grande sertão: veredas - João Guimarães Rosa
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
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